quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Conectados


Enquanto aguardava a saída do professor da sala, num intervalo entre uma e outra aula, esperávamos no corredor eu e mais nove pessoas, observei que cada um estava isolado, ninguém conversava com ninguém. Um folhava o caderno, dois estavam de mão no bolso (eu e outro, hehe) e os outros sete estavam absortos em seus celulares. Cabeças curvadas, ombros arqueados e os dedos freneticamente digitando. É o mundo novo, o ciber espaço, a vida virtual que, ao mesmo tempo em que aproxima as pessoas distantes, pelas possibilidades de contatos que oferece, distancia os que estão próximos.
Logo no início da internet, com o surgimento do e-mail, que já é quase jurássico, cheguei a pensar que as pessoas iriam ler e escrever mais. Putz, que engano, a gurizada criou uma linguagem própria para a internet, uma gíria virtual. Hoje a coisa tá pior, ninguém escreve, só usam estas porcariazinhas chamadas de emotions, que a gente fica tentando decifrar o que significam.
Tenho colegas de sala de aula que ficam literalmente plugados na internet em plena aula e vão ao desespero quando a bateria do celular acaba. É um tal de caça tomada. Já vi vários usando celular acocorados junto às tomadas, enquanto o celular carrega. Não dão descanso pro coitado.
Assim estamos nos dias de hoje, conectados com o mundo e isolados ao mesmo tempo.

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