sexta-feira, 22 de julho de 2016

Direitos Humanos





Assisti uma discussão de alguns colegas sobre a falta de respeito que a bandidagem tem para com a polícia nos dias de hoje. De um lado, afirmações de que a culpa desse desrespeito deve-se à proteção dos bandidos pelos defensores dos direitos humanos. De outro lado, a culpa era jogada na mídia, que não veicula com a mesma ênfase a morte de um policial, em relação à morte de um bandido. Ambos apresentando argumentação de suas teses antagônicas. Não entrei na discussão, afinal era um ouvinte à distância e nem deveria escutar a conversa alheia. Mas, eles falavam em voz alta e, se não entrei na discussão, não pude deixar de ouvi-la. Aquilo ficou martelando no meu cérebro. Como assim? A culpa ser dos defensores dos direitos humanos. Por si só, esta afirmativa já é contraditória. Quem defende os direitos humanos não tem lado, ou não deve ter. Os direitos humanos são conceitos universais que vão além da crise na segurança pública brasileira.
A primeira vez que ouvi algo sobre direitos humanos foi nos anos 70, quando vivíamos o período da ditadura militar. Direitos humanos naquele período significava denunciar a tortura, o desaparecimento e a morte daqueles que fossem contra o governo da época. Trazendo para os dias de hoje, denunciar a execução sumária de um suspeito, o desaparecimento do pedreiro Amarildo no rio de Janeiro ou uma ação de nítida e desproporcional violência, da polícia contra um protesto estudantil, é tarefa dos defensores dos direitos humanos, sim. Não se trata de diminuir a importância do aparato policial, necessário à sociedade. Também não posso concordar com a ideia de que a mídia, a grande imprensa, seja a culpada pelo deboche que a bandidagem faz à polícia. O que fazem é para impor-se no mundo do crime, aliás, não creio que eles fiquem na frente da televisão assistindo telejornais.
Para apimentar mais ainda esta discussão, lanço uma outra tese. O desrespeito que o bandido demonstra está diretamente ligado aos comportamentos desonestos de segmentos das próprias corporações policiais, muitas vezes associadas aos criminosos. É óbvio que a banda podre não representa o todo das polícias, afinal, não são policiais, mas bandidos do lado errado da mesa.