quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CAI-CAI MINISTERIAL

A média de queda de ministros no governo da Presidente Dilma é de 1 a cada 42,5 dias, sendo que, cinco ministros caíram por denúncias de irregularidades em seus ministérios. Neste ritmo, todo o ministério será substituído antes do final de seu mandato.

A Presidente chegou a prometer que realizaria uma faxina ética no governo, mas até agora ficou somente no discurso. A verdadeira faxina está acontecendo devido às denúncias que aparecem na imprensa. Talvez seja por isso que, em seu último congresso, o PT tenha retomado a intenção de impor um controle sobre os órgãos de imprensa. O controle absoluto da sociedade é algo tentador ao PT e seus aliados no poder. Basta lembrar que no governo Lula surgiu a ideia de impor restrições ao trabalho dos promotores de justiça. Isto após uma série de investigações que atingiam aliados e estavam chegando perto do Palácio do Planalto.

O medo de ser investigado e a dificuldade de conviver com a crítica são próprios de ditaduras e ai está o que parece ser uma contradição, tanto Lula quanto Dilma, tem em seu currículo a luta pela redemocratização do país. Então, como explicar esta mudança de comportamento ao chegar ao poder? Simples, o objetivo está alcançado. O poder é o que lhes interessava e não a democracia. Eles lutavam contra a ditadura dos militares para, quando lhes fosse possível, implantar a sua ditadura. Não há, portanto, contradição nas suas atitudes. O que há na realidade é a tentativa de impor à sociedade brasileira a sua vontade pelo controle absoluto do Estado, transformado em “aparelho”, tamanha é a infiltração corrosiva na ocupação de cargos.

A sucessiva queda de ministros revela que, além da aparelhagem da estrutura estatal, as escolhas de aliados a qualquer custo levam para dentro do governo todo tipo de caráter e deixam a Presidente refém da corrupção. Ela terá que reagir e por em prática a prometida faxina ética. Na verdade não tem escolha, ou é isto ou não governa, pela paralisia da máquina a partir do momento de cada denúncia até a escolha de um sucessor.



Governar um país com o tamanho e a importância do nosso Brasil não é uma tarefa para amadores nem aventureiros. A presidente precisa urgentemente assumir as rédeas de seu governo e mostrar que tem as condições para estar e permanecer ali. Também precisa aprender a conviver com a crítica, que é legítima em um estado democrático. É sabido que a democracia ainda é o melhor remédio para a sociedade.









sábado, 23 de julho de 2011

A Síndrome dos 27 anos


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A morte da cantora Amy Winehouse aos 27 anos de idade nos trás de imediato à memória a lista de outros ídolos do rock que morreram com a mesma idade, Brian Jones (Rolling Stones), Jim Morrison (The Doors), Jimi Hendrix, Kurt Cobain (Nirvana), Janis Joplin.
Infelizmente não é só a idade que os coloca na mesma lista. O abuso no consumo de álcool e de drogas também fazia parte da vida de todos eles, causando diretamente suas mortes ou criando as condições para isso.
Parece que, no rock, a condição para o sucesso artístico passa pelas drogas e pelo álcool. É uma triste constatação pois não lembro de um grande ídolo careta.  Se careta não faz rock, como que um careta  como eu adora o rock'n roll? Respeito a opção dos outros mas, para mim, esta é a melhor expressão da música e consigo admirá-la sem um coquetel etílico ou ácido na mente.
Porque esta sina de perdermos os bons músicos tão cedo, quase sempre no auge de suas carreiras? Talvez seja porque eles acabem confundindo as carreiras, nos dois sentidos, se é que me entendem.
Sem dúvida, é o exagero no consumo de drogas e álcool que os leva à morte. Triste ironia, o mesmo combustível que utilizam para suportar o peso do sucesso é o responsável por tirar-lhes a vida.
Não creio em numerologia nem em coisas de outro mundo que tenha unidos todos eles em torno do número 27. Trata-se de uma triste coincidência que tantos ídolos tenham morrido com esta idade. Não vamos esquecer que tantos outros já morreram devido às mesmas causas, em idades diferentes. Não é a idade que os matou, mas o que eles mesmos mesmos fizeram com suas vidas.
É lamentável a morte de Amy Winehouse, mas ainda assim viva o Rock'n Roll.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Escola Pública


O Senador Cristovam Buarque é autor de uma proposição interessante, PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 480 de 2007.
Se fosse aprovada, esta Lei determinaria que todo agente público eleito matriculasse seus filhos em escola pública. Escrevo "se fosse" porque certamente este projeto não será aprovado pelo Senado da República.
Esta é uma idéia irônica do Senador. É óbvio que, se os filhos dos políticos fossem obrigados a estudar em uma escola pública, melhoraria astronomicamente a qualidade do ensino em nosso País.
A idéia é ao mesmo tempo irônica e inteligente. O senador encontrou uma maneira de garantir que a educação receba a atenção dos políticos, ainda que de forma obrigatória, mas de que outro modo eles iriam se preocupar com o tema?
Estive dando uma espiada na página do Senado na internet,  no link http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166 e constatei que o projeto ainda aguarda a designação de um relator. E por ai vai a enrolação.
Eu sei que o projeto não será aprovado, mas deixa eu me iludir e rir um pouco com a ironia da proposição.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

CARA-DE-PAU

Sensacional a explicação de alguém da Prefeitura de Porto Alegre em um telejornal: Temos que ter cuidado com o número de obras simultâneas, para não atrapalhar a cidade.
Esta foi a resposta mais cara-de-pau que já ouvi para justificar a incompetência na gestão pública. É óbvio que, quando não há planejamento, muitas obras espalhadas pela cidade poderão causar transtornos, mas, francamente, sabemos que não é o caso.
Porto Alegre vive a síndrome do prazo de validade, estabelecido pela Copa do Mundo de 2014. Então, se este é o determinante do calendário, planejem planejadores, antecipem-se às dificuldades que as obras causam durante a sua execução. Se planejarem antes (redundância) poderão administrar melhor o durante e então a cidade será menos atrapalhada.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

PRECONCEITO NÃO

O jogador Zé Roberto, do Internacional, denunciou que foi vítima de racismo por parte da torcida Tricolor, durante o último Grenal. Paixões futebolísticas à parte, eu sou gremista, se for verdadeira a queixa, é necessário que a direção do Grêmio tome uma atitude enérgica no sentido de evitar a repetição deste fato tão abominável.
Alguém poderia dizer que o clube não tem como controlar, individualmente, o comportamento insano de cada torcedor. Ocorre que, o Estatuto do Torcedor impõe uma série de responsabilidades aos clubes e, além disso, pela vigilância através de câmeras é possível identificar o agressor. E pelo que diz o atleta, os insultos ocorreram no momento em que ele se preparava para entrar em campo, então está claro que partiram do setor da torcida junto ao gramado.
É importante que o Grêmio se posicione de maneira contundente contra qualquer tipo de ação racista de sua torcida. Racismo, aliás, que já foi superado na história do clube.

sábado, 2 de abril de 2011

I LOVE MUSIC

Como é bom curtir música. Claro, isto é prá quem gosta e tem algum conhecimento de causa. Nas últimas horas (+/- 3h) ouvimos em família uma seleção de músicas dos anos 70. PQP naquele tempo a música era bem melhor que as de hoje. Acho que tô ficando velho.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Moacir Scliar

O último domingo foi um dia marcado pela tristeza. Logo pela manhã tomei conhecimento da morte do escritor Moacir Scliar.
Ficou um vazio, uma sensação estranha, de chegar às lágrimas como se houvesse perdido alguém da família.
A quantidade e a velocidade das informações que recebemos em nossas casas, pelo rádio, TV, jornal ou Internet, acaba nos aproximando de tal forma daqueles que exercem uma atividade de caráter público, que nos torna íntimos a ponto de sentirmos sua falta.
Mas Moacir Scliar estava acima desta classificação, também chamada de celebridades. Moacir escrevia com clareza e simplicidade e era acessível a todos, prova disto eram os convites para que fosse patrono de Feira do Livro de inúmeras cidades.
Foi um bígamo no exercício profissional, dedicando-se com extremo afinco tanto à medicina quanto à literatura, deixando ambas viúvas.
E foi graças à medicina que tive a grata oportunidade de conversar com ele. No primeiro ano da ocupação da Granja Esperança, em 1987, havia um clube de mães recém fundado que disponibilizou um atendimento médico de uma Ginecologista. Para a instalação do consultório faltava a mobília, especialmente uma maca apropriada para exames. Como eu era membro da Comissão de Negociação, coube a mim a tarefa de contatar com Secretaria Estadual da Saúde e solicitar apoio. Após alguns telefonemas, fui atendido por algum superior, acho que Secretário-Adjunto, que foi muito gentil e autorizou o empréstimo da maca. Para minha surpresa, este superior era o Dr. Moacir Scliar. Não resisti e pratiquei a tietagem, comentando um de seus livros.
Assim era Moacir Scliar, um cruzeirense que ainda assim tornou-se Imortal, provando que este não era um privilégio somente dos gremistas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Oposição X Verdade X Situação

É possível existir duas verdades sobre o mesmo fato? Na política tem sido possível. É muito frequente, quase uma regra, ouvirmos daquele político que está na oposição, um discurso veemente ao fazer uma denúncia de algo que, no seu entender de oposição, não está correto. Por vezes, o tom da denúncia chega a ser ofensivo, a ponto de atingir o denunciado na sua vida privada.

A imunidade parlamentar, necessária para o bom exercício do mandato, acaba servindo de escudo para o oportunista de plantão que, de maneira inconsequente, faz acusações e denúncias nem sempre fundamentadas na verdade.

O mesmo vale para justificar o não atendimento das demandas da sociedade, como o aumento salarial dos servidores. Quando na oposição, o parlamentar vocifera todo tipo de adjetivo pejorativo contra o governo, incitando os servidores para manifestações públicas e até à greve. Mas, quando o mesmo lutador pelas causas sociais torna-se governo, imediatamente muda seu discurso, adotando a clássica resposta: “Isto será objeto de análise”, ou “Faremos o possível, de acordo com a capacidade financeira do tesouro”. Muitas vezes são as mesmas respostas já apresentadas em governos anteriores, mas naqueles casos não eram válidas. Agora sim, para ele servem.

A prática de “martelar” determinado assunto é, na verdade, parte de uma estratégia bem articulada que visa gradativamente construir uma imagem negativa de seu adversário, que está no poder. Recentemente assistimos ao massacre que a oposição realizou ao governo Yeda, quando, sistematicamente, repetiu determinados pontos (com visível apoio da grande mídia), especialmente no que se refere às escolas de latas.

O total de escolas que receberam os módulos habitáveis é insignificante, comparado ao número de escolas existentes, que beira a 2.600. Mas a repetição exaustiva levou à população a imaginar que estava em curso um processo de transformação de toda a rede escolar. Sequer foi discutido o porque da utilização de containeres.

A adoção desta solução extrema deveu-se ao fato de o Estado, por décadas, ter deixado de realizar as manutenções dos prédios escolares. Em todos os casos, prédios inteiros foram demolidos, por absoluta falta de condições de uso e por colocarem em risco a comunidade escolar e, em seu lugar, foram erguidos novos prédios. E onde acomodar os alunos durante as obras? Onde não havia espaço na própria escola, alunos foram realocados em prédios alugados, ou em salões paroquiais, e até mesmo na sede de alguma entidade social. Ocorre que, em alguns casos não havia alternativa e a hipótese de deixar alunos sem aula não estava em discussão, então o governo optou pela locação dos módulos.

Parece que o atual governo, pela insistência com que tem referido este tema, demonstra a preocupação em continuar demarcando este território, em uma óbvia tentativa de desviar a atenção da imensa quantidade de obras realizadas. Isto para não dar o gosto de reconhecer que os demais partidos são capazes de boas práticas.

Um pouco de humildade não faria mal neste momento.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Tolerância Zero

O Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, Pedro Abramovay defende a aprovação do projeto que prevê o fim da prisão para pequenos traficantes. A justificativa para classificar o traficante como “pequeno” seria a quantidade de drogas que fosse apreendida com ele. Se a quantidade fosse pequena, poderia ser considerada para consumo próprio e, neste caso, ele não seria considerado um perigo maior para a sociedade.
Disfarçadamente, por esta linha de raciocínio, seria uma forma de tolerar o consumo de drogas. Um caminho perigoso no rumo da liberação ou descriminalização do consumo.
Alguns anos atrás, durante uma entrevista no Programa do Jô, o ator Carlos Vereza, foi questionado a respeito da descriminalização do consumo da maconha e lembro claramente da sua resposta: “Sou ra-di-cal-men-te con-tra”, assim mesmo, soletradamente, e acrescentou: “Todos nós já vimos o que aconteceu com muitos amigos nossos”. Jô Soares ficou constrangido com a resposta e não levou o assunto adiante.
Compartilho a mesma convicção de Carlos Vereza quanto ao assunto, contra as drogas temos que ter uma posição radical. Não é possível haver tolerância neste tema. Qualquer vacilo no combate ao tráfico é como uma pequena brecha em uma represa, cedo ou tarde ela se romperá.
Diminuir a periculosidade do traficante, pela quantidade de droga que porta ao ser preso, é tapar os olhos para o mal epidêmico que o tráfico causa à sociedade. Ainda que seja para consumo próprio, então estaremos permitindo que aquele indivíduo desgrace a si próprio e aos seus familiares. A droga está de tal forma presente na sociedade que cada um de nós conhece ao menos um caso de sofrimento de uma família que luta para resgatar um parente entregue ao vício. Não é segredo que o drogado, gradativamente, perde os vínculos familiares e profissionais e, neste caso, sem trabalho e necessitando dinheiro para o sustento do vício, passa a praticar pequenos furtos, primeiramente no âmbito familiar e em seguida fora de casa. É o caminho do crime.
Só há duas alternativas, ou continuamos hipocritamente fazendo de conta que desconhecemos o problema ou adotemos uma atitude de tolerância zero para com as drogas. Não há meio termo.