quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A CULPA É NOSSA

O Congresso Nacional aprovou o novo salário dos parlamentares, ministros e do presidente da República a partir do próximo ano: R$ 26.723,13, ou seja, 52 salários mínimos por mês.
Suas excelências valem, cada um, por seu “suado” trabalho, o mesmo que 52 trabalhadores assalariados. Todos nós sabemos que, mesmo com estudos e longos anos de carreira, os simples mortais somente alcançam um salário deste tamanho na iniciativa privada se chegarem a ser um alto executivo e assim mesmo de uma grande corporação.
Chega a ser um deboche aos brasileiros se pensarmos que muitos deles, por suas competências e habilidades profissionais, não teriam a necessária capacidade de receber este polpudo salário, se tivessem que disputar uma vaga no concorrido mercado de trabalho.
A disputa que eles fazem é a das urnas e eles têm o direito de fazê-lo. Eles não sentam nas cadeiras do Congresso apenas pelas suas vontades. A cada quatro anos os políticos têm que pedir o nosso consentimento para ingressar, ou continuar, no seu emprego. E o que nós fazemos nesta hora? O que fazemos com o nosso voto, por cujo direito em exercer toda uma geração de brasileiros lutou?
Aqueles que estão lá, se lambuzando no banquete do poder, foram escolhidos por nós. Então, não há dúvida de que a culpa é nossa, na medida em que não sabemos escolher nossos representantes.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

QUANTO VALE A SOBERANIA DE UM POVO?

Por que temos que gastar cerca de US$ 5 bilhões, aproximadamente R$ 8.500.000.000,00, isto mesmo, 8,5 bilhões de Reais, na compra de 36 novos caças para a Força Aérea Brasileira?
Será porque temos 8,5 milhões de m² de área territorial e fazemos fronteira com outros 11 países? É possível que chegue o momento em que tenhamos nossa soberania ameaçada por algum deles? Talvez, nunca se sabe o que passa na cabeça de quem chega ao poder. Tem gente, inclusive, que se apegou tanto a ele que não quer mais largar e, daqui a pouco, seu próprio país já não lhe bastará e ele venha a cair na tentação de expandir seu domínio América Latina afora. Tomara que me engane.
Certamente nossos estrategistas militares têm informações que lhes assegure ser necessário tamanho investimento. Do contrário, o que dizer aos milhões de brasileiros que vivem na miséria? Como explicar a quem passa fome que o modelo de avião militar mais barato que está em estudo terá um custo de US$ 4 mil/hora de vôo?
As dúvidas tornam-se mais relevantes ainda a partir da divulgação da informação de que 40% daqueles que recebem o Bolsa-família não deixaram de viver na miséria. Então, como é possível pensar em investir uma quantia astronômica na prevenção de uma guerra, por ora imaginária, enquanto que a verdadeira guerra que o Brasil precisa enfrentar está dentro de suas fronteiras?
O Brasil será um país realmente soberano quando seu povo for respeitado, quando a Constituição, por sinal uma das mais avançados do mundo, for cumprida e deixarmos de ter gente morando dependurada nas encostas de morros, em palafitas ou amontoadas à beira de estradas, quando não houver desempregados que precisem esmolar para o seu sustento e de sua família.
É claro que a Constituição também diz que devemos zelar pela soberania nacional, mas de que vale cuidar de uma nação que não cuida de seu próprio povo?