segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A escolha correta

Vereadores passeando com diárias que nós pagamos! Muitas pessoas afirmam que os políticos não prestam. Pode servir para alguns, mas é bom lembrarmos que político é gente, assim como em outras profissões, existem os bons e os maus exemplos. O problema é que na política, a impunidade garante a safadeza.
Quando um médico “vende” um atestado, é correto afirmar que a medicina não presta?
Uma notícia mentirosa, ou tendenciosa, é suficiente para acabar com a credibilidade do jornalismo?
É claro que a resposta a estas questões é um não. Os desvios de comportamento de alguns não podem servir para rotular todos os profissionais da mesma área de atuação. O perfil de tramposo, mau-caráter ou corrupto não é definido pela profissão ou pelo cargo público que a pessoa exerce, mas pelo seu próprio caráter. E este seu comportamento aparecerá em qualquer outra situação, seja no trânsito, na sua relação familiar e com seus amigos.
A política, ao contrário de outras atividades, nos dá a formidável chance de escolha. Nenhum político chega lá sozinho, ele precisa do nosso voto para se eleger. Somos nós que, melhorando a qualidade da nossa escolha, vamos melhorar a qualidade da política.
Não há fórmula mágica, temos que insistentemente tentar acertar na escolha. Somente quando soubermos exercer na plenitude o direito de escolha é que poderemos deixar de falar mal da política.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O outro lado do balcão

O Tribunal Regional Eleitoral negou o registro da candidatura da deputada Maria do Rosário devido à rejeição das suas contas da campanha de 2008, quando ela foi candidata a prefeita de Porto Alegre. A deputada ficou com uma dívida astronômica de quase R$ 900.000,00.
A candidata alega que seu partido, o PT, teria assumido a responsabilidade por esta dívida. Não foi o que entendeu o Tribunal.
É fato que existem políticos que, na ânsia de se mostrarem para o eleitorado como guardiãos da ética, agem com uma ferocidade leonina contra àqueles que se encontrarem numa situação semelhante a da deputada. Esta atitude é catalizada quando os guardiões ainda encontram-se na oposição.
Basta que estes políticos passem para o outro lado do balcão, deixando a condição de pedra para se tornarem vitrine, e tudo passa a ser relativizado, principalmente quando fatos que seriam gravíssimos se protagonizados pelos outros, passam a ter como personagem principal eles próprios.
A deputada acusa o Tribunal de estar atentando contra uma história de luta pela democracia. Nestas horas este é um argumento extremamente apelativo. Então, quando outros incorrem nos mesmos erros, porque não lhes é concedido o direito de escudarem-se na democracia?
Me parece que, democracia, é exatamente o que está ocorrendo, quando o Judiciário exerce na plenitude sua prerrogativa de aplicar a lei.
De certa forma, fatos como este servem para nos ensinar que, bons ou maus políticos existem em todos os partidos. Também entre entre aqueles que se diziam os guardiões da ética.