Tenho assistido ao caça
talentos XFactor, da Band, na esperança de ver algo novo na música brasileira,
estou falando de rock’n roll é claro. Mas, assim como outros programas do tipo,
parece que estou assistindo uma seleção de calouros de algum programa
americano. A maioria dos candidatos canta em inglês e, o que é pior, quase
todos eles cantam música pop americana, destas que se houve toda hora, música
comercial, empurrada pelas gravadoras nas rádios.
Quando entrei em contato com
o mundo da música, lá na adolescência, as rádios tocavam de tudo, tinha MPB,
samba, jovem guarda, tropicália e rock. Estou falando dos anos 70, década nos
deu a black music americana e a disco music. Gosto não se discute, eu sei, mas
vamos combinar que a qualidade musical está cada vez pior. Nada é tão ruim que
não possa piorar, e assim tem sido desde a invasão da lambada. Veio o sertanejo
melódico, axé, pagode, tchê music, kalipso, sertanejo universitário, funk,
putz!
Quando vieram os anos 80 tivemos uma explosão rockeira nacional, Paralamas, Ira, Legião, Titãs,
Engenheiros. Parecia que tudo ia bem, mas o rock nacional desapareceu, fora
algumas exceções, verdadeiras resistências no mundo comercial das rádios e
gravadoras. Até a Ipanema desapareceu, confesso que fiquei órfão quando
encerraram as transmissões no FM.
Felizmente nem tudo está
perdido. Nas andanças motociclísticas tenho assistido boas bandas, guerreiras
nas trincheiras, tocando o bom e velho rock’n roll. O rock permanece vivo, no
circuito underground, mas, se não fosse assim, não seria o rock.
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