Enquanto escrevo os senadores da
República estão decidindo o futuro do governo da presidente Dilma. Mesmo não
sendo um senador, já vou adiantando meu voto, sou a favor do impeachment. Isto não
significa que sou golpista e nem que morro de amores pelo draculeano Temer. A
Dilma está caindo muito mais pela sua incompetência em governar o país do que
por qualquer outra coisa. Calma, cai também pela voracidade com que a corrupção
se apropriou do Estado. É claro que, se os números da economia fossem bons, não
haveria impeachment. Ela cai pela sua teimosia em não reconhecer os fatos. Cai,
principalmente, pela soberna de seu partido e de seu líder que se auto-iludem
numa fantasia de que o Brasil só existe a partir da chegada de Lula ao poder. A
mesma soberda que os fez imaginar que bastaria o aval do padrinho e tudo aconteceria
num passe de magia. Não aconteceu. O poder serve aos desavisados uma
poção inebriante. Quem dela bebe, se lambuza. E a embriaguês do poder impediu o
PT de fazer uma adequada leitura das manifestações das ruas a partir de 2013,
ironicamente, onde o PT foi forjado. Nestes dias o país está
vivenciando fatos que serão estudados nos livros de história, só que a história
continua e, muito provavelmente, logo estaremos de volta às ruas pedindo a
cabeça dos corruptos de plantão.