Enquanto aguardava a saída
do professor da sala, num intervalo entre uma e outra aula, esperávamos no
corredor eu e mais nove pessoas, observei que cada um estava isolado, ninguém
conversava com ninguém. Um folhava o caderno, dois estavam de mão no bolso (eu e
outro, hehe) e os outros sete estavam absortos em seus celulares. Cabeças
curvadas, ombros arqueados e os dedos freneticamente digitando. É o mundo novo,
o ciber espaço, a vida virtual que, ao mesmo tempo em que aproxima as pessoas
distantes, pelas possibilidades de contatos que oferece, distancia os que estão
próximos.
Logo no início da internet,
com o surgimento do e-mail, que já é quase jurássico, cheguei a pensar que as
pessoas iriam ler e escrever mais. Putz, que engano, a gurizada criou uma
linguagem própria para a internet, uma gíria virtual. Hoje a coisa tá pior,
ninguém escreve, só usam estas porcariazinhas chamadas de emotions, que a gente
fica tentando decifrar o que significam.
Tenho colegas de sala de
aula que ficam literalmente plugados na internet em plena aula e vão ao
desespero quando a bateria do celular acaba. É um tal de caça tomada. Já vi
vários usando celular acocorados junto às tomadas, enquanto o celular carrega. Não
dão descanso pro coitado.
Assim estamos nos dias de
hoje, conectados com o mundo e isolados ao mesmo tempo.