Enquanto escrevo os senadores da
República estão decidindo o futuro do governo da presidente Dilma. Mesmo não
sendo um senador, já vou adiantando meu voto, sou a favor do impeachment. Isto não
significa que sou golpista e nem que morro de amores pelo draculeano Temer. A
Dilma está caindo muito mais pela sua incompetência em governar o país do que
por qualquer outra coisa. Calma, cai também pela voracidade com que a corrupção
se apropriou do Estado. É claro que, se os números da economia fossem bons, não
haveria impeachment. Ela cai pela sua teimosia em não reconhecer os fatos. Cai,
principalmente, pela soberna de seu partido e de seu líder que se auto-iludem
numa fantasia de que o Brasil só existe a partir da chegada de Lula ao poder. A
mesma soberda que os fez imaginar que bastaria o aval do padrinho e tudo aconteceria
num passe de magia. Não aconteceu. O poder serve aos desavisados uma
poção inebriante. Quem dela bebe, se lambuza. E a embriaguês do poder impediu o
PT de fazer uma adequada leitura das manifestações das ruas a partir de 2013,
ironicamente, onde o PT foi forjado. Nestes dias o país está
vivenciando fatos que serão estudados nos livros de história, só que a história
continua e, muito provavelmente, logo estaremos de volta às ruas pedindo a
cabeça dos corruptos de plantão.
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Conectados
Enquanto aguardava a saída
do professor da sala, num intervalo entre uma e outra aula, esperávamos no
corredor eu e mais nove pessoas, observei que cada um estava isolado, ninguém
conversava com ninguém. Um folhava o caderno, dois estavam de mão no bolso (eu e
outro, hehe) e os outros sete estavam absortos em seus celulares. Cabeças
curvadas, ombros arqueados e os dedos freneticamente digitando. É o mundo novo,
o ciber espaço, a vida virtual que, ao mesmo tempo em que aproxima as pessoas
distantes, pelas possibilidades de contatos que oferece, distancia os que estão
próximos.
Logo no início da internet,
com o surgimento do e-mail, que já é quase jurássico, cheguei a pensar que as
pessoas iriam ler e escrever mais. Putz, que engano, a gurizada criou uma
linguagem própria para a internet, uma gíria virtual. Hoje a coisa tá pior,
ninguém escreve, só usam estas porcariazinhas chamadas de emotions, que a gente
fica tentando decifrar o que significam.
Tenho colegas de sala de
aula que ficam literalmente plugados na internet em plena aula e vão ao
desespero quando a bateria do celular acaba. É um tal de caça tomada. Já vi
vários usando celular acocorados junto às tomadas, enquanto o celular carrega. Não
dão descanso pro coitado.
Assim estamos nos dias de
hoje, conectados com o mundo e isolados ao mesmo tempo.
A Continência dos Atletas
Está rolando uma grande
polêmica sobre os fato dos atletas olímpicos patrocinados pelas Forças Armadas
prestarem continência durante a execução do hino nacional. Esta polêmica é um misto de ciumeira e de ranço ideológico.
Ciumeira na medida em que,
atletas que receberam o apoio necessário, tornaram-se vitoriosos em seus
esportes. Mas afinal, não é exatamente o que todos nós reclamamos? Não estamos
sempre criticando a falta de incentivo aos desportistas, afirmando que só há apoio
ao futebol e blá, blá, blá.
Vejo ai, também, um ranço
ideológico, pelo fato deste apoio vir dos militares. Isto ainda assusta muita
gente pelas lembranças do período da ditadura que vivemos, não há muito tempo.
Sinceramente, militares cumprindo à constituição, respeitando as instituições
democráticas e, ainda por cima, apoiando nossos atletas, não me assustam. Ao
contrário, dá orgulho a cada execução do hino nacional e comemoração de ouro
olímpico.
Certamente este
incentivo é, ao mesmo tempo, uma forma do governo federal apoiar o esporte e
uma maneira de dizer ao mesmo governo que, com apoio, nossos atletas se
tornarão vencedores.terça-feira, 9 de agosto de 2016
Sobre política
Neste momento os senadores da república estão decidindo se o processo de impeachment deve seguir adiante e se haverá a votação final, de cassação ou não, da presidente Dilma. Ao mesmo tempo, muitas manifestações estão acontecendo país afora a favor da presidente afastada, pregando o fora Temer.
Paralelamente a tudo isso, surgem a todo momento nos depoimentos da lava jato, denúncias de propinas pagas ao interino Temer, ao ex-presidente Lula, a Aécio Neves e ao Serra, ambos presidenciáveis. E agora, correr pra onde? Dá pra pensar que a presidência escangalha o caráter dos políticos. Claro que não é isso, é sabido que não é o cargo que faz o caráter das pessoas.
Assim como não é novidade que o PMDB do Temer é um bicho papão que está vorazmente se alimentando dos nossos pilas, desde o governo Sarney, também nos governos tucanos e petistas a coisa não foi diferente.
Isto tudo é muito triste, pois, nossas vidas são decidas na política, queiramos ou não. Mesmo aqueles que não gostam da política, têm suas vidas diretamente afetadas pelas decisões dos políticos. Exercer a cidadania na sua plenitude não é somente ir votar no dia das eleições. Ser cidadão é participar, discutir, influenciar, ajudar a decidir o rumo da história. Pode ser a história do seu bairro, da sua sala de aula, enfim, de toda a sociedade. Quando nos abstemos deste exercício, virando as costas para a política, estamos permitindo que dela participem apenas os corruptos, aqueles que estarão nas manchetes e nas denúncias das operações lava jato.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Afinal, sou brasileiro
Quero ver uma grande cerimônia de abertura das olimpíadas, apesar da Anita e do Safadão.
Quero ver um espetáculo grandioso, sem atentados e com organização, que possa ser elogiado pelo mundo todo e nos deixe com sentimento de orgulho, apesar dos milhões que foram gastos, superfaturados é óbvio. Apesar dos políticos que se beneficiaram política e financeiramente falando.
Quero comemorar muitas medalhas conquistadas pelos nossos atletas, os mesmos que treinam sem apoio oficial, que muitas vezes contam somente com o apoio de uma mãe diarista que sai da cama as 4:00h e vai dormir depois da meia-noite, após um dia estafante de trabalho.
Quero chorar de emoção cada vez que ouvir o hino nacional, afinal, sou brasileiro.
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
A inSEGURANÇA NOSSA DE CADA DIA
Hoje é um dia atípico para
os gaúchos com os protestos anunciados pelas polícias. Instaurou-se um certo
clima de medo na população. Medo de não poder sair às ruas, pois não haveriam
policias para garantir a segurança. Como assim? Então quer dizer que nos demais
dias podemos ficar tranquilos que nossa segurança está garantida. Ops! Tem alguma
coisa errada neste pânico anunciado. Nem o dia de hoje foi tão catastrófico e
nem nos demais temos a proteção que necessitamos, pela qual pagamos bem caro em
cada imposto recolhido.Quando se fala em segurança
ou na insegurança que vivemos atualmente, sempre tem alguém para dizer que no
tempo da ditadura não era assim. São os mesmos que acreditam que não havia
corrupção naquela época. Grande engano. Roubos, assaltos e corrupção sempre houve,
a diferença é que naquele período não eram divulgados como hoje. Claro que nos
dias atuais aumentou a violência, assim como a instantaneidade da notícia. Naquele
tempo não havia internet. Também não havia a liberdade de expressão e de
informação que hoje temos. E justamente pela falta de liberdade é que não se
sabia que a corrupção também campeava pelos altos escalões governamentais. Esta
o Lula não pode dizer, que nunca antes na história desse país houve corrupção.
É... talvez não com a mesma voracidade.Só para ilustrar, em 1980/81
fui assaltado duas vezes na rua, então não me digam que isto não havia, ainda
era o período da ditadura militar. Nesta época se falava, não em público é
claro, que nas obras das estradas, as licitações eram combinadas antes e cada
construtora ganhava um trecho da obra. As mesmas construtoras que estão
frequentando a Lava-Jato. No governo Sarney, o jornalista Jânio de Freitas,
publicou um anúncio nos classificados da Folha de São Paulo contendo o
resultado de uma licitação, cujos envelopes seriam abertos em data posterior à
publicação. Tá bom, sei que já não era na ditadura, mas o Sarney é o filho
dileto daquele período, legítimo representante do havia, e há, de pior em
Brasília.
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